segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Resumo de Papália & Feldman, 2013, pp. 36 a 53

 

Dentre as muitas áreas do conhecimento há uma que se interessa pelo processo de transformação dos seres humanos durante toda a vida. A partir da análise “dos processos sistemáticos de mudança e estabilidade que ocorrem nas pessoas” esse campo de conhecimento, em constante atualização, tenta auxiliar as pessoas na “criação, educação e saúde das crianças, e também nas diretrizes sociais em relação a elas” e, para os adolescentes e adultos, nas diferentes formas de “entender e lidar com as transições da vida”. Dessa forma, é uma área de pesquisa, bem como o próprio objeto – o desenvolvimento humano - que compreende toda a vida.

Dentro desse objeto, os desenvolvimentistas dedicam especial atenção aos aspectos inter-relacionados: físico, cognitivo e psicossocial. Podem ser mapeados por divisões do ciclo da vida, apesar dessas divisões variarem de sociedade para sociedade. A divisão mais aceita nas sociedades industriais ocidentais segue uma sequencia de oito períodos, a mesma divisão presente no livro. Esse mapeamento não é extremamente rígido, mas é consentido entre “(...) os cientistas do desenvolvimento sugerem que certas necessidades básicas precisam ser satisfeitas e certas tarefas precisam ser dominadas para que ocorra um desenvolvimento normal”. Ou seja, o tempo também é uma variável da extensa equação do desenvolvimento humano.

Além dos aspectos inter-relacionados e do tempo, outros fatores também influenciam no desenvolvimento, como as características herdadas dos pais, o ambiente em que o grupo ou indivíduo estudado se encontra, a maturação do corpo e do cérebro, a renda, a vizinhança, os entes familiares que dividem a moradia, o contexto social e histórico, o grupo étnico, costumes e crenças, entre muitos e muitos outros. Fato é “(...) nos processos a que todas as pessoas estão submetidas, os ritmos e os momentos do desenvolvimento variam”.

Houve um tempo em que esses fatores eram ignorados e dava-se uma ênfase na questão racial, forma de se pensar que hoje já não é mais aceita. Hoje é consenso que

(...)muitos aspectos do desenvolvimento, mesmo no domínio físico, mostraram plasticidade, ou desempenho passível de modificação, talvez seja mais útil pensar em termos de períodos sensíveis, quando uma pessoa em desenvolvimento é especialmente receptiva a certos tipos de experiências (Bruer, 2001). São cada vez maiores as evidências de que a plasticidade não é apenas uma característica geral do desenvolvimento que se aplica a todos os membros de uma espécie, mas que também há diferenças individuais na plasticidade de respostas aos eventos do ambiente.

 

Além da (1)plasticidade, “Paul B. Baltes (1936-2006) e seus colegas (1987; Baltes e Smith, 2004; Baltes, Lindenberger e Staudinger, 1998; Staudinger e Bluck, 2001)” identificaram outros seis  “princípios básicos na abordagem ou teoria do desenvolvimento do ciclo de vida”, sendo eles – não necessariamente nessa ordem: (2) o desenvolvimento é vitalício, (3) o desenvolvimento é multidimensional, (4) o desenvolvimento é multidirecional, (5) as influências relativas da biologia e da cultura se alteram durante o ciclo de vida, (6) o desenvolvimento envolve mudança de alocação de recursos, e (7) o desenvolvimento é influenciado pelo contexto histórico e cultural.

 

Referências bibliográficas:

Papalia, D. E., Olds, S. W., & Feldman, R. D. (2013). Desenvolvimento humano. 13ª ed. Porto Alegre: AMGH. 

 

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