Dentre as muitas áreas do conhecimento há uma
que se interessa pelo processo de transformação dos seres humanos durante toda
a vida. A partir da análise “dos processos sistemáticos de mudança e
estabilidade que ocorrem nas pessoas” esse campo de conhecimento, em constante
atualização, tenta auxiliar as pessoas na “criação, educação e saúde das
crianças, e também nas diretrizes sociais em relação a elas” e, para os
adolescentes e adultos, nas diferentes formas de “entender e lidar com as
transições da vida”. Dessa forma, é uma área de pesquisa, bem como o próprio
objeto – o desenvolvimento humano - que compreende toda a vida.
Dentro desse objeto, os desenvolvimentistas
dedicam especial atenção aos aspectos inter-relacionados: físico, cognitivo e
psicossocial. Podem ser mapeados por divisões do ciclo da vida, apesar dessas
divisões variarem de sociedade para sociedade. A divisão mais aceita nas
sociedades industriais ocidentais segue uma sequencia de oito períodos, a mesma
divisão presente no livro. Esse mapeamento não é extremamente rígido, mas é
consentido entre “(...) os cientistas do desenvolvimento sugerem que certas
necessidades básicas precisam ser satisfeitas e certas tarefas precisam ser
dominadas para que ocorra um desenvolvimento normal”. Ou seja, o tempo também é
uma variável da extensa equação do desenvolvimento humano.
Além dos aspectos inter-relacionados e do
tempo, outros fatores também influenciam no desenvolvimento, como as
características herdadas dos pais, o ambiente em que o grupo ou indivíduo
estudado se encontra, a maturação do corpo e do cérebro, a renda, a vizinhança,
os entes familiares que dividem a moradia, o contexto social e histórico, o
grupo étnico, costumes e crenças, entre muitos e muitos outros. Fato é “(...)
nos processos a que todas as pessoas estão submetidas, os ritmos e os momentos
do desenvolvimento variam”.
Houve um tempo em que esses fatores eram
ignorados e dava-se uma ênfase na questão racial, forma de se pensar que hoje
já não é mais aceita. Hoje é consenso que
(...)muitos aspectos do
desenvolvimento, mesmo no domínio físico, mostraram plasticidade, ou desempenho
passível de modificação, talvez seja mais útil pensar em termos de períodos
sensíveis, quando uma pessoa em desenvolvimento é especialmente receptiva a
certos tipos de experiências (Bruer, 2001). São cada vez maiores as evidências
de que a plasticidade não é apenas uma característica geral do desenvolvimento
que se aplica a todos os membros de uma espécie, mas que também há diferenças
individuais na plasticidade de respostas aos eventos do ambiente.
Além da (1)plasticidade, “Paul B. Baltes
(1936-2006) e seus colegas (1987; Baltes e Smith, 2004; Baltes, Lindenberger e
Staudinger, 1998; Staudinger e Bluck, 2001)” identificaram outros seis “princípios básicos na abordagem ou teoria do
desenvolvimento do ciclo de vida”, sendo eles – não necessariamente nessa
ordem: (2) o desenvolvimento é vitalício, (3) o desenvolvimento é
multidimensional, (4) o desenvolvimento é multidirecional, (5) as influências
relativas da biologia e da cultura se alteram durante o ciclo de vida, (6) o
desenvolvimento envolve mudança de alocação de recursos, e (7) o
desenvolvimento é influenciado pelo contexto histórico e cultural.
Referências
bibliográficas:
Papalia,
D. E., Olds, S. W., & Feldman, R. D. (2013). Desenvolvimento humano. 13ª
ed. Porto Alegre: AMGH.
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