segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Aprendizagem Significativa - A teoria de Ausubel

 

Dentro do Cognitivismo e, mais especificamente, no construtivismo, encontramos vários autores, entre eles: Piaget, Vygotsky e Ausubel. Nessa matriz de pensamento acredita-se que o aluno é o principal agente construtor da aprendizagem. Nesse texto fez-se uma curtíssima apresentação da Teoria de Ausubel focalizando três pontos centrais: (1) o que é aprendizagem; (2) quando ela se torna significativa; e (3) as vantagens em relação a aprendizagem "decoreba" (Pelizzari et al, 2002).

David Paul Ausubel (1918-2008) foi um teórico e psicólogo da educação estadunidense. Insatisfeito com a educação violenta e reacionária, baseada em castigos, Ausubel tornou-se um dos defensores do cognitivismo, passando a defender uma educação que contribuísse de forma significativa para a construção da sociedade do conhecimento. Para alcançar seus objetivos, Ausubel esquematizou uma teoria em que a aprendizagem aparecia como um processo de vínculo entre uma nova informação e a estrutura cognitiva do aluno. Gosto de pensar essa ideia como a construção de um muro, em que cada tijolo seria uma nova informação a ser assentada sobre a estrutura já existente do muro. Se houver buracos no muro, ele não para de pé.

Pensando assim, podemos concluir, como fez Ausubel, é preciso levar em conta o conhecimento prévio (a estrutura do muro pré-existente) que o indivíduo possui como ponto de partida para um novo conhecimento (pra uma nova fiada de tijolos). Sendo assim, a aprendizagem significativa é possível quando a nova informação (tijolo) se ancora na estrutura de conceitos relevantes do aprendiz. Entretanto, não devemos esquecer que quem define a relevância de cada conceito é o próprio aluno (MOREIRA, 1999).

O que vai possibilitar o aprendizado significativo é a disposição para aprender, ou seja, a livre vontade - ausente de arbitrariedades - de construir vínculos com o novo conteúdo, fortalecendo sua estrutura cognitiva (seu muro). Enquanto professores, cabe a nós auxiliar nesse processo garantindo que os materiais e métodos que utilizamos são potencialmente significativos, ou seja, que tenham significado lógico e possam ser apreendidos pela estrutura cognitiva do aprendiz que o aprendiz já possui. Caso contrário, vamos estar tentando assentar um tijolo no nada, o que é empiricamente impossível (MOREIRA, 1995).

Com o processo de ensino-aprendizagem baseado nessa teoria, evitamos a aprendizagem "decoreba", em que o aprendiz decora enunciados para a prova e os apaga da memória na semana seguinte. Seguindo o legado de Ausubel, lecionamos de forma a superar a aprendizagem decoreba, pois o conhecimento assentado na estrutura prévia não se apaga com facilidade. Fortalecendo a estrutura cognitiva do aluno, possibilitamos que ele aumente a capacidade de aprender novos conteúdos (Pelizzari et al, 2002; MOREIRA, 1999). Voltando a metáfora do muro, possibilitamos que sejam ancoradas mais e mais fiadas de tijolos.

 

Referências

MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa. Brasília: Editora Universidade de Brasília. 1999.

MOREIRA, M. A. Teorias de Aprendizagens, EPU, São Paulo, 1995.

Pelizzari et al. TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA SEGUNDO AUSUBEL. Rev. PEC, Curitiba, v.2, n.1, p.37-42, jul. 2001-jul. 2002.

 

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