Dentro do Cognitivismo e, mais
especificamente, no construtivismo, encontramos vários autores, entre eles:
Piaget, Vygotsky e Ausubel. Nessa matriz de pensamento acredita-se que o aluno
é o principal agente construtor da aprendizagem. Nesse texto fez-se uma
curtíssima apresentação da Teoria de Ausubel focalizando três pontos centrais:
(1) o que é aprendizagem; (2) quando ela se torna significativa; e (3) as
vantagens em relação a aprendizagem "decoreba" (Pelizzari et al,
2002).
David Paul Ausubel (1918-2008) foi um
teórico e psicólogo da educação estadunidense. Insatisfeito com a educação
violenta e reacionária, baseada em castigos, Ausubel tornou-se um dos
defensores do cognitivismo, passando a defender uma educação que contribuísse
de forma significativa para a construção da sociedade do conhecimento. Para
alcançar seus objetivos, Ausubel esquematizou uma teoria em que a aprendizagem
aparecia como um processo de vínculo entre uma nova informação e a estrutura
cognitiva do aluno. Gosto de pensar essa ideia como a construção de um muro, em
que cada tijolo seria uma nova informação a ser assentada sobre a estrutura já
existente do muro. Se houver buracos no muro, ele não para de pé.
Pensando assim, podemos concluir, como fez
Ausubel, é preciso levar em conta o conhecimento prévio (a estrutura do muro
pré-existente) que o indivíduo possui como ponto de partida para um novo
conhecimento (pra uma nova fiada de tijolos). Sendo assim, a aprendizagem
significativa é possível quando a nova informação (tijolo) se ancora na
estrutura de conceitos relevantes do aprendiz. Entretanto, não devemos esquecer
que quem define a relevância de cada conceito é o próprio aluno (MOREIRA, 1999).
O que vai possibilitar o aprendizado
significativo é a disposição para aprender, ou seja, a livre vontade - ausente
de arbitrariedades - de construir vínculos com o novo conteúdo, fortalecendo
sua estrutura cognitiva (seu muro). Enquanto professores, cabe a nós auxiliar
nesse processo garantindo que os materiais e métodos que utilizamos são
potencialmente significativos, ou seja, que tenham significado lógico e possam
ser apreendidos pela estrutura cognitiva do aprendiz que o aprendiz já possui.
Caso contrário, vamos estar tentando assentar um tijolo no nada, o que é
empiricamente impossível (MOREIRA, 1995).
Com o processo de ensino-aprendizagem
baseado nessa teoria, evitamos a aprendizagem "decoreba", em que o
aprendiz decora enunciados para a prova e os apaga da memória na semana
seguinte. Seguindo o legado de Ausubel, lecionamos de forma a superar a
aprendizagem decoreba, pois o conhecimento assentado na estrutura prévia não se
apaga com facilidade. Fortalecendo a estrutura cognitiva do aluno,
possibilitamos que ele aumente a capacidade de aprender novos conteúdos (Pelizzari
et al, 2002; MOREIRA, 1999). Voltando a metáfora do muro, possibilitamos que
sejam ancoradas mais e mais fiadas de tijolos.
Referências
MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa.
Brasília: Editora Universidade de Brasília. 1999.
MOREIRA, M. A. Teorias de Aprendizagens,
EPU, São Paulo, 1995.
Pelizzari et al. TEORIA DA APRENDIZAGEM
SIGNIFICATIVA SEGUNDO AUSUBEL. Rev. PEC, Curitiba, v.2, n.1, p.37-42, jul.
2001-jul. 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário