terça-feira, 12 de julho de 2022

METAFÍSICA


Introdução à Filosofia

AVALIAÇÃO 1

 

METAFÍSICA

 

QUESTÃO 1.

A primeira questão da avaliação já é um desafio, pois falar do nada nunca é fácil, posto que o nada está fora da esfera do ser e todas as respostas para as perguntas sobre ele levam ao contrário dessa afirmação, por exemplo a pergunta do segundo parágrafo da citação "Que é o nada?": se respondo "o nada é algo" acabei de atribuir-lhe uma propriedade trazendo-o para a esfera da existência; se respondo "o nada não é algo" atribui uma característica por oposição (até porque não ser algo pode ser visto também como uma propriedade). Com essa abordagem chegamos à mesma conclusão que Heidegger: toda resposta para essa questão é impossível. Mas, aqui reside uma dualidade entre ser e não ser/entre existência e não existência, que - se não verticalizada - deixa escapar os diversos níveis de existência ou não existência dos objetos (existência concreta, como a do monitor na qual você lê essas palavras; existência fluida/ficcional, como a de Bentinho e Capitu; e a inexistência). E, depois das discussões que tivemos, me parece que encontrar algo que não exista totalmente é uma tarefa impossível, posto que é possível atribuir propriedades até mesmo a objetos inexistentes, como a propriedade de divisibilidade do maior número natural por um número n.

 

QUESTÃO 2.

Na questão anterior, vimos que há diferentes níveis/categorias de existência dos objetos; da mesma forma, há diferentes níveis de verdade nas proposições. Aqui nos debruçamos especificamente sobre as verdades necessárias (é sempre verdade em todas as realidades possíveis, sendo impossível o seu oposto) e as verdades contingentes (é verdade às vezes, e o oposto é possível). Importante destacar que desde o século XVII, com a percepção aflorada da finitude humana, a ideia de necessidade associada a realidade perde força, sendo a contingência a única via de acesso ao real (uma afirmação é, em determinado recorte do espaço tempo, verdadeira, mas pode vir a ser ou já foi falsa). Ou seja, é simples encontrar verdades matemáticas, lógicas, físicas, químicas etc. necessárias; mas duvido da existência de uma verdade metafísica necessária. A principal diferença entre essas duas categorias encontra-se na dinâmica/mudança/aceitação ou não da alteração do valor de verdade associado (verdades necessárias não aceitam qualquer alteração; verdades contingentes aceitam, e é justamente essa dinâmica que garante o caráter de contingência de uma proposição).

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