Introdução à Filosofia
AVALIAÇÃO 1
METAFÍSICA
QUESTÃO
1.
A primeira questão da avaliação já é
um desafio, pois falar do nada nunca é fácil, posto que o nada está fora da
esfera do ser e todas as respostas para as perguntas sobre ele levam ao
contrário dessa afirmação, por exemplo a pergunta do segundo parágrafo da
citação "Que é o nada?": se respondo "o nada é algo" acabei
de atribuir-lhe uma propriedade trazendo-o para a esfera da existência; se
respondo "o nada não é algo" atribui uma característica por oposição
(até porque não ser algo pode ser visto também como uma propriedade). Com essa
abordagem chegamos à mesma conclusão que Heidegger: toda resposta para essa
questão é impossível. Mas, aqui reside uma dualidade entre ser e não ser/entre
existência e não existência, que - se não verticalizada - deixa escapar os
diversos níveis de existência ou não existência dos objetos (existência
concreta, como a do monitor na qual você lê essas palavras; existência
fluida/ficcional, como a de Bentinho e Capitu; e a inexistência). E, depois das
discussões que tivemos, me parece que encontrar algo que não exista totalmente
é uma tarefa impossível, posto que é possível atribuir propriedades até mesmo a
objetos inexistentes, como a propriedade de divisibilidade do maior número
natural por um número n.
QUESTÃO
2.
Na questão anterior, vimos que há
diferentes níveis/categorias de existência dos objetos; da mesma forma, há
diferentes níveis de verdade nas proposições. Aqui nos debruçamos
especificamente sobre as verdades necessárias (é sempre verdade em todas as
realidades possíveis, sendo impossível o seu oposto) e as verdades contingentes
(é verdade às vezes, e o oposto é possível). Importante destacar que desde o
século XVII, com a percepção aflorada da finitude humana, a ideia de
necessidade associada a realidade perde força, sendo a contingência a única via
de acesso ao real (uma afirmação é, em determinado recorte do espaço tempo,
verdadeira, mas pode vir a ser ou já foi falsa). Ou seja, é simples encontrar
verdades matemáticas, lógicas, físicas, químicas etc. necessárias; mas duvido
da existência de uma verdade metafísica necessária. A principal diferença entre
essas duas categorias encontra-se na dinâmica/mudança/aceitação ou não da
alteração do valor de verdade associado (verdades necessárias não aceitam
qualquer alteração; verdades contingentes aceitam, e é justamente essa dinâmica
que garante o caráter de contingência de uma proposição).
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