quinta-feira, 29 de agosto de 2019

(texto antigo) ANÁLISE: “A LENDA DE TARZAN”


ANÁLISE: “A LENDA DE TARZAN”
      28/07/2018

a)    O filme se passa entre a metade do século 19 até o início do século 20. O contexto envolvia Partilha Africana, busca por matérias primas, teorias positivistas e aplicação do darwinismo social, expansão científica, comercial e religiosa, além do fardo do homem branco e da eugenia.
b)   Um sueco, uma australiana, um estadunidense e um austríaco. Levando em conta a nacionalidade nenhum dos países esteve envolvido diretamente na partilha da África, analisando pelo lado cor de pele o casal europeu é branco, um negro luta pelo direito dos negros e pelo fim da exploração e o vilão é branco por ser um servo leal ao Leopoldo II. É até interessante notar que os brancos ocupam cargos mais elevados no filme, um lorde, outro braço direito do rei... em síntese, poderiam ter escolhido autores que refletissem países envolvidos na história real (excluindo o estadunidense que é realmente estadunidense no filme e na vida), mas a escolha foi certa quanto a etnia.
c)    Além de representar o rei, que já é uma figura importante no âmbito do imperialismo, o Capitão Rom agrega em um só personagem a questão religiosa (o fato de lutar com um terço), a questão econômica (refletida principalmente na sua busca por melhoria de vida defendendo as ideias do rei, mas podendo também ser observada em suas vestimentas, quase nunca bagunçadas) e ainda é líder de uma expedição (veículo importante de comunicação na época).
d)   Que a África é um local miserável (como diz o pai de Tarzan na carta deixada para o filho) e de muitos perigos, que os habitantes são animais (veja as garras e as orelhas), hostis, tinham práticas que eram tidas como condenáveis no Velho Mundo (fortalecendo o pensamento eugênico).
e)    O Tarzan superou a selva, se tornou um lorde britânico, deixando pra trás aquela vida brutal que levou com os macacos. Em suma, o Tarzan exprime todo o pensamento de superioridade branca europeu, ele é a eugenia pura, mesmo vivendo na selva ele foi capaz de se tornar um “homem de verdade”, um lorde. A questão da exploração do Congo e a escravidão para mantê-lo em funcionamento. As dívidas do rei que não tenho dinheiro nem pra contratar seus mercenários.
f)     Claro, vide respostas anteriores. Se manifesta no Tarzan, no Capitão Rom, na Jane que acredita que a viagem à África seja como férias e se preocupa com quantos corpetes precisa levar.
g)   É uma nação que luta pelo fim da escravidão e da exploração dos negros, como se conseguissem combater o racismo dentro do próprio território.
h)   De cara o pensamento eugênico em sua manifestação física, Tarzan. Em um segundo plano a questão da partilha africana, uma visão um pouco mais apurada vai recordar das expedições, um olhar mais aberto percebe ainda a importância religiosa, retratada no capitão Rom, a questão do fardo do homem branco, a presença dos mercenários contratados.

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