quarta-feira, 28 de agosto de 2019

RESUMO: DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO, MAURICE DOBB


RESUMO: DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO, MAURICE DOBB

HILTON, Rodney, SWEEZY, Paul, DOBB, Maurice e outros. A transição do feudalismo para o capitalismo. 5° ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

Dobb parte da premissa já postulada por Hobsbawm de que a transição do feudalismo para o capitalismo foi um processo lento e desuniforme e enfatiza ainda que o desenvolvimento do capitalismo em países mais adiantados atrasou outras partes no mundo não apenas no imperialismo. Realizadas as afirmações acima, Maurice Dobb parte para o que ele chama de questão decisiva: o conflito básico gerado pelo modo de produção feudal circundava produtores diretos e seus suseranos feudais, e não comerciantes e senhores feudais, como muitos afirmam. Na realidade, esses comerciantes e intermediários, para Dobb, eram como “parasitas do feudalismo [...]; em muitos casos, verdadeiros aliados da aristocracia feudal”.
É necessário voltarmos nosso olhar para a “revolta camponesa contra o feudalismo”, mas de maneira consciente, compreendendo que não foi um processo simples e rápido, fugindo da ideia de que com a vitória dos revoltosos as relações burguesas de produção apareceriam simultaneamente. O embrião das relações burguesas de produção demorou a amadurecer, pois teve fatores atenuantes e apaziguadores, e é a esses fatores que dedicarei atenção agora.
Dos atenuantes: (1) o processo de diferenciação social pelo qual os pequenos produtores conseguiam, através de uma “emancipação parcial da exploração feudal”, meios para ampliar a sua produção, o que acabou por criar “uma camada superior de agricultores progressistas relativamente abastados [...] e uma camada de camponeses arruinados”; (2) as cobranças feudais que aumentavam periodicamente, decorrente da frequência elevada de guerras; e, por fim, (3) “a presença de mercados [...] e rotas de comercio inter-regional” que fomentavam a produção, reforçando o processo interno de diferenciação social.
Dos apaziguadores: (1) o poderio militar dos suseranos que reprimia possíveis movimentos revoltosos; e (2) a disponibilidade de terras que, diminuindo a concentração populacional, inibia o desenvolvimento das relações burguesas.

a)                 Característica do texto: trata-se de um livro? Capítulo? Artigo? Se é parte de um livro, qual? Se é parte de uma coletânea, qual?

O primeiro texto é o penúltimo capítulo do livro “A transição do feudalismo para o capitalismo”.

b)                 Quem é o(a) autor(a) do texto? Como ele(a) se situa no contexto acadêmico?

Maurice Dobb, autor do texto que irei apresentar foi um economista britânico que seguia a linha marxista. Destacou-se principalmente pela ênfase que deu à história como base essencial para os estudos de economia, tratando-a como um processo – do jeito que deve ser tratada – e não como uma simples “coleção de fatos”, à qual se pode recorrer em busca de exemplos e casos ilustrativos.

c)                  Qual é a ideia central do texto? Há uma tese central? Um problema principal?

Dobb parte da premissa já postulada por Hobsbawm de que a transição do feudalismo para o capitalismo foi um processo lento e desuniforme e enfatiza ainda que o desenvolvimento do capitalismo em países mais adiantados atrasou outras partes no mundo. Para ele é básico que o conflito básico gerado pelo modo de produção feudal circundava produtores diretos e seus suseranos feudais, e não comerciantes e senhores feudais.

d)                 Como o texto se estrutura? Como o autor desenvolve seu argumento com base na sua ideia central?

Em um dialogo muito forte com Marx e Hobsbwam, Dobb procura demonstrar como fatores atenuantes e apaziguadores atuaram sobre o que ele chama de “embrião das relações burguesas de produção”.

e)                  Qual a contextualização do texto? Com quem o(a) autor(a) discute?

Maurice Dobb observa a formação do capitalismo a luz do século XX, recorrendo constantemente a Hobsbwam e Marx, mas também estabelece um dialogo com alguns outros autores da obra em que esse texto está incluso.

f)                  Avaliação crítica do conteúdo.

O texto de Dobb parece-me acessível mesmo a um público mais leigo por não contar com muitos termos complexos e estar sempre trazendo exemplos que servem para situar as afirmações feitas. Outro ponto que merece destaque é o cuidado que o autor tem para fugir do que ele nomeia “[...] conceitos vagos como "a expansão do mercado" ou "a ascensão da economia monetária [...]”.

SLIDE
MAURICE DOBB: DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO
·                    processo lento e desuniforme
·                    o conflito básico produtores diretos e seus suseranos feudais
·                    fatores atenuantes e apaziguadores
·                    Dos atenuantes:
(1) o processo de diferenciação social
(2) as cobranças feudais
(3) “a presença de mercados
·                    Dos apaziguadores:
(1) o poderio militar dos suseranos
(2) a disponibilidade de terras

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