RESUMO: DO FEUDALISMO
PARA O CAPITALISMO, MAURICE DOBB
HILTON, Rodney, SWEEZY,
Paul, DOBB, Maurice e outros. A transição do feudalismo para o capitalismo. 5°
ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.
Dobb parte da premissa já
postulada por Hobsbawm de que a transição do feudalismo para o capitalismo
foi um processo lento e desuniforme e enfatiza ainda que o desenvolvimento
do capitalismo em países mais adiantados atrasou outras partes no mundo não
apenas no imperialismo. Realizadas as afirmações acima, Maurice Dobb parte para
o que ele chama de questão decisiva: o conflito básico gerado pelo modo de
produção feudal circundava produtores diretos e seus suseranos feudais, e
não comerciantes e senhores feudais, como muitos afirmam. Na realidade, esses
comerciantes e intermediários, para Dobb, eram como “parasitas do feudalismo
[...]; em muitos casos, verdadeiros aliados da aristocracia feudal”.
É necessário voltarmos
nosso olhar para a “revolta camponesa contra o feudalismo”, mas de maneira
consciente, compreendendo que não foi um processo simples e rápido, fugindo da
ideia de que com a vitória dos revoltosos as relações burguesas de produção
apareceriam simultaneamente. O embrião das relações burguesas de produção
demorou a amadurecer, pois teve fatores atenuantes e apaziguadores, e é
a esses fatores que dedicarei atenção agora.
Dos atenuantes: (1)
o processo de diferenciação social pelo qual os pequenos produtores
conseguiam, através de uma “emancipação parcial da exploração feudal”, meios
para ampliar a sua produção, o que acabou por criar “uma camada superior de
agricultores progressistas relativamente abastados [...] e uma camada de camponeses
arruinados”; (2) as cobranças feudais que aumentavam periodicamente,
decorrente da frequência elevada de guerras; e, por fim, (3) “a presença de
mercados [...] e rotas de comercio inter-regional” que fomentavam a
produção, reforçando o processo interno de diferenciação social.
Dos apaziguadores: (1) o
poderio militar dos suseranos que reprimia possíveis
movimentos revoltosos; e (2) a disponibilidade de terras que, diminuindo
a concentração populacional, inibia o desenvolvimento das relações burguesas.
a)
Característica
do texto: trata-se de um livro? Capítulo? Artigo? Se é parte de um livro, qual?
Se é parte de uma coletânea, qual?
O primeiro texto é o penúltimo
capítulo do livro “A transição do feudalismo para o capitalismo”.
b)
Quem
é o(a) autor(a) do texto? Como ele(a) se situa no contexto acadêmico?
Maurice Dobb, autor do
texto que irei apresentar foi um economista britânico que seguia a linha
marxista. Destacou-se principalmente pela ênfase que deu à história como base
essencial para os estudos de economia, tratando-a como um processo – do jeito
que deve ser tratada – e não como uma simples “coleção de fatos”, à qual se
pode recorrer em busca de exemplos e casos ilustrativos.
c)
Qual
é a ideia central do texto? Há uma tese central? Um problema principal?
Dobb parte da premissa já postulada
por Hobsbawm de que a transição do feudalismo para o capitalismo foi um
processo lento e desuniforme e enfatiza ainda que o desenvolvimento do
capitalismo em países mais adiantados atrasou outras partes no mundo. Para ele
é básico que o conflito básico gerado pelo modo de produção feudal circundava
produtores diretos e seus suseranos feudais, e não comerciantes e senhores
feudais.
d)
Como
o texto se estrutura? Como o autor desenvolve seu argumento com base na sua
ideia central?
Em um dialogo muito forte com Marx
e Hobsbwam, Dobb procura demonstrar como fatores atenuantes e apaziguadores
atuaram sobre o que ele chama de “embrião das relações burguesas de produção”.
e)
Qual
a contextualização do texto? Com quem o(a) autor(a) discute?
Maurice Dobb observa a formação do
capitalismo a luz do século XX, recorrendo constantemente a Hobsbwam e Marx,
mas também estabelece um dialogo com alguns outros autores da obra em que esse
texto está incluso.
f)
Avaliação
crítica do conteúdo.
O texto de Dobb parece-me acessível
mesmo a um público mais leigo por não contar com muitos termos complexos e
estar sempre trazendo exemplos que servem para situar as afirmações feitas.
Outro ponto que merece destaque é o cuidado que o autor tem para fugir do que
ele nomeia “[...] conceitos vagos como "a expansão do mercado" ou
"a ascensão da economia monetária [...]”.
SLIDE
MAURICE DOBB: DO
FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO
·
processo
lento e desuniforme
·
o
conflito básico produtores diretos e seus suseranos feudais
·
fatores
atenuantes e apaziguadores
·
Dos
atenuantes:
(1) o processo de
diferenciação social
(2) as cobranças feudais
(3) “a presença de
mercados
·
Dos
apaziguadores:
(1) o poderio militar dos
suseranos
(2) a disponibilidade de
terras
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