quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Língua de Sinais Brasileira – Básico: O modelo sócio-antropológico da surdez

 

O texto "O modelo sócio-antropológico da surdez" me fez refletir especialmente sobre as várias funções da língua de sinais, que é: (1) fator aglutinante de comunidades de surdos; (2) fator identificatório; e (3) ferramenta de poder. Me chamou especial atenção, junto a língua como ferramenta de poder, o apontamento da língua de sinais como símbolo do fracasso na representação ouvinte do grupo surdo, na medida em que o surdo carece de aprender ao menos duas línguas para poder acessar o mercado e ter maior integração com a sociedade.

Por outro lado, o aprendizado de uma segunda língua permite uma melhora no desenvolvimento educacional dos aprendizes, desde que dentro de certos parâmetros. O principal, apontado pelo texto, é a presença do professor surdo; que, para além do pertencimento a comunidade surda, também é exemplo de representatividade para a criança ou jovem.

Por fim, gostaria de destacar a ideia de que por mais dedicados que sejamos enquanto ouvintes para com a comunidade surda e a língua de sinais, jamais seremos consideramos participantes dessa comunidade. Há uma lógica de convívio própria que exclui o fator "déficit de audição" pelo fator "diferença". Enquanto ouvintes, poderemos nos tornar apenas membros de comunidades de solidariedade.

 

Referências

"O modelo sócio-antropológico da surdez", páginas: 140 a 145 (com Carlos Skliar, Livro: Educação e exclusão: Abordagens sócio-antropológicas em Educação Especial)

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