O texto "O modelo sócio-antropológico
da surdez" me fez refletir especialmente sobre as várias funções da língua
de sinais, que é: (1) fator aglutinante de comunidades de surdos; (2) fator
identificatório; e (3) ferramenta de poder. Me chamou especial atenção, junto a
língua como ferramenta de poder, o apontamento da língua de sinais como símbolo
do fracasso na representação ouvinte do grupo surdo, na medida em que o surdo
carece de aprender ao menos duas línguas para poder acessar o mercado e ter
maior integração com a sociedade.
Por outro lado, o aprendizado de uma
segunda língua permite uma melhora no desenvolvimento educacional dos
aprendizes, desde que dentro de certos parâmetros. O principal, apontado pelo
texto, é a presença do professor surdo; que, para além do pertencimento a
comunidade surda, também é exemplo de representatividade para a criança ou
jovem.
Por fim, gostaria de destacar a ideia de
que por mais dedicados que sejamos enquanto ouvintes para com a comunidade
surda e a língua de sinais, jamais seremos consideramos participantes dessa
comunidade. Há uma lógica de convívio própria que exclui o fator "déficit
de audição" pelo fator "diferença". Enquanto ouvintes, poderemos
nos tornar apenas membros de comunidades de solidariedade.
Referências
"O
modelo sócio-antropológico da surdez", páginas: 140 a 145 (com Carlos
Skliar, Livro: Educação e exclusão: Abordagens sócio-antropológicas em Educação
Especial)
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