sexta-feira, 25 de junho de 2021

Atividade Final – MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA EM ANTROPOLOGIA SOCIAL

 

Quando vi a proposta desde último trabalho da disciplina, logo pensei "vou procurar o que já foi escrito pelos colegas sobre meu tema (grilagem)". Abri o repositório e digitei "grilagem" no buscador. A surpresa foi grande, pois haviam pouquíssimos trabalhos sobre o tema (e ressalto que a busca foi bastante ampla, tentando encontrar o termo em todo o corpo dos textos). Felizmente um dos trabalhos era do Departamento de Antropologia (DAN). A monografia "Urbanidades e Ruralidades em Brasília. História da transformação de Vicente Pires – DF: chácaras, condomínios e cidade" de autoria de Bruno Cesar Medeiros Cassemiro sob orientação de Dra. Cristina Patriota de Moura, trata da transição de rural para urbano da região de Vicente Pires, tangenciando o tema da grilagem em alguns momentos. Mas tratemos aqui do tema do trabalho e deixemos os interesses pessoais para depois.

            O texto de Cassemiro (2012) é especialmente interesse quando pensamos nos métodos, posto que trabalha uma série de temas abordados durante a disciplina. Primeiro, a questão do distanciamento: o autor era morador da região onde realizou seu campo há mais de 20 anos, criando uma dualidade entre morador e pesquisador. Era preciso, mais que em outros casos, "estranhar" o cotidiano, tornando-o parte de uma experiência etnográfica singular: "Há aqui um (quase) antropólogo apresentando um pequeno estudo sobre o lugar em que mora. E no final desse percurso de pesquisa esse pesquisador acabou se (re)fazendo morador" (p.12). O que aparentemente facilitou esse processo foi a experiência na iniciação científica, que também comentamos em aula. Cassemiro foi orientando de Patriota também em iniciação à pesquisa, e, junto ao seu grupo de pesquisa, fez de Vicente Pires um "grande laboratório".

            Outra questão que me chamou atenção quanto aos métodos e técnicas da monografia foi o fator ético de reconhecimento do papel dos investigados (sem nenhuma conotação negativa) na elaboração do texto antropológico. O autor não propôs uma autoria compartilhada ou algum compartilhamento criativo como os que tem surgido recentemente. Cassemiro destacou o papel de contribuintes como "testemunhas oculares e partícipes" nos fenômenos etnografados, tendo importância crucial para os resultados apresentados, o que considero, depois das discussões nas aulas, a forma mais correta de reconhecimento dos nossos informantes.

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