O ÍNDIO E O SERTANEJO NA
INTERPRETAÇÃO DE JOVENS DO ENSINO MÉDIO DO INTERIOR DE GOIÁS
FRANCISCO OCTÁVIO
B. DE SOUSA*
RESUMO
O nacionalismo brasileiro
buscou por muito tempo tipos ideais no passado brasileiro, mitificando, por
exemplo, o “bom selvagem” e apagando outras expressões das diferentes matrizes
culturais brasileiras. Esse apagamento se deu de inúmeras formas, entre elas: a
criação de figuras como os sertanejos. A academia buscou, nos últimos anos,
atender a agenda das identidades, designando o real papel (de protagonismo) de
negros e índios na história brasileira. Mas será que essa busca tem obtido
frutos? Esse trabalho, por intermédio de analise bibliográfica e entrevistas
com alunos de ensino médio, buscou verificar o alcance dessa nova imagem do
índio e do sertanejo.
PALAVRAS-CHAVE:
matrizes culturais brasileiras; apagamento; sertanejo; índio.
INTRODUÇÃO
“[...] Os Indios, que tem commum
com os Africanos o serem selvagens e indomitos, regem-se todos pelos mesmos
instinctos, paramente animaes, e por nenhuns outros. Vão lá pregar-lhes as
excellencias do trabalho, vão lá dizer-lhes que Deus poz o trabalho como
sentinella á virtude, que isso é o mesmo que bradar no deserto ou falar ás paredes,
ou menos ainda, porque, segundo dizem, as paredes tem ouvidos......[...]”
(VARNHAGEN & LISBOA, 1867, p. 12).
O trecho acima reflete o
pensamento de Francisco Adolfo de Varnhagen, autor da "Historia Geral do
Brazil". Por muito tempo as histórias do Brasil tentaram apagar as imagens
tanto dos indígenas quanto dos negros. O índio era visto como extinto e o negro
como simples vítima do passado escravista, retirando desses sujeitos a sua
autonomia histórica. Essa leitura,
compartilhada por muitos, passou a ser objeto de crítica nos anos 80, a partir
da agenda das identidades, provocando inquietude nas ciências humanas. O
próprio poder legislativo tentou responder essas questões com leis que obrigam
o ensino de África e questões indígenas no ensino básico. A universidade tentou
e tenta até hoje responder essa inquietude, dentro dos seus limites (ABREU
& MATTOS, 2008).
Não foi o aparecimento de
novas fontes que revolucionou a história indígena, mas sim novas perguntas. Por
que os chamamos de “índios”? O próprio termo “índio” foi uma tentativa de
apagar a história de inúmeros povos que habitavam o território da colônia portuguesa,
não diferenciando as mais diferentes nações nativas. Outras categorias, como a
de “sertanejo”, surgiram nas regiões ao oeste da costa, englobando indivíduos
oriundos da junção entre bandeirantes e povos originais e ocultando o lado
indígena da questão.
Obras como “Os
sertanejos que eu conheci”, apesar de afirmar que sertanejos tem como
antepassado os indígenas e que as técnicas transmitidas por eles foram
essenciais para a vida no sertão, ainda colocam os nativos em um grau menor de
importância e até mesmo de desenvolvimento cognitivo, relacionado a valorização
do trabalho braçal e ao culto católico (AUDRIM, 1963).
O reflexo desse
apagamento gerado pela sobreposição do sertanejo sobre o indígena pode implicar
em problemas para a conexão entre sociedade e academia, principalmente no
momento em que a agenda das identidades tem um peso tão relevante. Posto isso,
essa pesquisa buscou no ensino médio as imagens construídas sobre índios e
sertanejos.
A escolha do ensino médio
como objeto de pesquisa parte do artigo III da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Brasileira (LDB 9394/96), em que se afirma ser finalidade do ensino
médio “o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação
ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico”,
algo que só pode ser obtido através do conhecimento acerca dos processos
históricos de formação da sociedade contemporânea.
REVISÃO DE LITERATURA
A imagem do índio, ao
longo da história brasileira, se mostrou intimamente ligada ao nacionalismo,
quando este se volta para as populações originais afim de resgatar um passado
idílico, em que haveria existido um “índio ideal”, representante puro da
brasilidade. Em contrapartida, o “índio real” acabou representando um grave
problema para essas interpretações nacionalistas, originando “o ‘problema do
índio’ [...] sob a ideia moderna de uma nação étnica e culturalmente homogênea”
(MATTOS, 2011).
Sendo assim, essa imagem
do índio localizava-se sempre entre dois extremos, na maior parte das vezes, um
ideal e um que precisava ser combatido: Tupi-Tapuia durante a colonização, manso-bravo
durante os séculos XVIII e XIX e resistente-aculturado do século XX, com
repercussão até a atualidade, principalmente no discurso leigo. Hoje, como já
citado anteriormente, a discussão acadêmica circunda a agenda das identidades.
Todavia, o discurso acadêmico encontra dificuldades em alcançar um público mais
amplo, mantendo em muitos casos o debate leigo desatualizado (MATTOS, 2011).
Darcy Ribeiro é
sintomático em demonstrar esse “debate desatualizado”, ao mesmo tempo que
reconhece alguma autonomia nos povos originais acrescenta a eles algum grau de
aculturação. De acordo com o autor, em “O Brasil como problema”:
“A maioria dos povos indígenas se
acha integrada na sociedade nacional que os envolve e submetida ao seu sistema
de dominação política, que não os incorpora à brasilidade, nem os assimila à
cultura e à etnia brasileiras. [...] A grande novidade do estudo que fiz na
década de 1950 para a Unesco foi mostrar que não há nenhuma assimilação
indígena. Esperava-se de mim que mostrasse que as relações dos índios com os
não índios no Brasil constituíam um padrão de democracia racial. Tal se supunha
que ocorresse, também, com os negros. Nossa pesquisa mostrou que, em nenhum
lugar, nenhuma comunidade indígena se converteu, jamais, numa comunidade
brasileira. Cada grupo indígena permaneceu com sua identificação étnica, por
mais aculturado que chegasse a ser” (RIBEIRO, 2015).
Esse trecho traz dois
eixos de pensamento que coexistiram: a aculturação e a negação dela. De
qualquer forma, até hoje essa “possibilidade de deixar de ser índio” ainda não
foi de toda abandonada, e é reforçada por discursos, inclusive políticos, que
negam a resistência dos povos originais.
A imagem do sertanejo, no
caso goiano, também se encontra entre polos: um polo negativo de violência e
fundamentalismo religioso, apresentado por Leolinda Daltro; e outro positivo de
resistência e astúcia, apresentado por Frei Audrim. Talvez as obras mais marcantes
na definição do sertanejo tenham sido “O sertanejo” de José de Alencar e
“Os Sertões” de Euclides da Cunha (DALTRO, 1920; AUDRIM, 1963).
Na antropologia, Darcy
Ribeiro ilustra o sertanejo alvo desse trabalho. Algo entre o “Brasil
Sertanejo” e o “Brasil Caipira” do livro “O povo brasileiro”.
O sertanejo que nos ocupa não é aquele sujeito assolado pela seca, muito pelo
contrário: está na beira dos rios Araguaia e Tocantins, mas conserva a
mentalidade coronelística e algo da rusticidade (RIBEIRO, 1995).
No século XX já não é
apenas branco, mas uma mistura entre os diferentes povos que ocuparam a região,
em concordância com Frei Audrim, que tem os sertanejos como uma mistura entre
negros, índios e brancos, conservando muitos aspectos dos indígenas por
manterem contato frequente. Todavia, o título “sertanejo” acaba por afastar a
matriz indígena que possibilitou a sobrevivência no “inferno verde” (AUDRIM,
1963).
Há quem reivindique a
bandeira sertaneja como pauta regional e traço forte da cultura local. As
composições musicais por vezes reclamam o passado sertanejo em tom saudosista,
como é nítido, por exemplo, em:
Vivendo aqui no mato (Trio Parada
Dura, 2017): Não troco seu despertador; Pelo cantar do galo; Não troco seu
carro bonito; Pelo meu cavalo; Não troco seu ar poluído; Pelo pó da estrada;
Aqui não tem trânsito; Só tem boiada; Nossa céu é limpo; E a noite, enluarada;
Aqui, o nosso alimento; É a gente que faz; Plantamos de tudo pro gasto; E um
pouco mais.
A partir das colocações
acima, buscou-se conhecer qual a imagem tanto do indígena como do sertanejo que
estão sendo construídas hoje, por jovens que cursam o ensino médio e
provavelmente ocuparão as cadeiras da academia nos próximos anos.
METODOLOGIA
Foram realizadas
entrevistas presenciais com alunos de ensino médio público no dia 18 de outubro
de 2019. As entrevistas ocorreram em grupo, tendo dois momentos distintos: o
primeiro na parte da manhã com um grupo de sete alunos e o entrevistador e o
segundo, no período vespertino, contando com seis alunos e o entrevistador. A
participação foi voluntária e se deu de forma espontânea.
Em uma sala de aula
ampla, bem ventilada, os participantes se organizaram em meia lua, circundado o
aparelho gravador de voz. As explanações não seguiram uma ordem pré-definida,
ao se sentir confortável qualquer um pôde falar, praticamente sem interrupções.
Foram feitas duas
perguntas-chave (que imagem se tem sobre índios; que imagem se tem sobre
sertanejos) e a partir delas constituiu-se uma longa conversa de
aproximadamente 180 minutos, arquivada em áudio. A pedido dos entrevistados os
nomes, idades e a transcrição completa das gravações não foram disponibilizadas.
Os áudios obtidos da
gravação das entrevistas foram analisados a luz da historiografia
contemporânea, com autores como João Pacheco de Oliveira e Diogo de Carvalho
Cabral, e buscou-se identificar traços de apagamento nos discursos dos
alunos.
RESULTADOS & DISCUSSÃO
Se na parte inicial da
entrevista a predominância foi de estereótipos a muito construídos, como:
“Pessoas peladas [...] que pintam o
corpo [...] gente que vive na floresta [...] descobrimento [...] é a imagem
cultural, passada sobre o índio pra gente, desde pequeno. Um estereotipo que se
mantem até hoje. Mas isso é uma observação que leva em conta a nossa cultura,
porque a gente se veste e quando alguém não está vestido isso nos incomoda.”
Do meio para o fim os
entrevistados mostraram uma visão muito atual da questão indígena, com um
domínio da agenda das identidades muito bem demarcado:
“Uma das principais culturas
nativas do nosso país e um pouco subestimada no nosso século. [...]História
indígena não é falada, não é ensinada, não é valorizada. Devia ser.”
Essa visão fica ainda
mais clara quando os alunos negam, mesmo que indiretamente, o conceito de
aculturação, que dominou o discurso público sobre os indígenas por muito tempo.
Ao perguntar se é possível deixar de ser índio a resposta unanime foi não,
seguida de justificativas como:
“É como o povo judeu, sabe? Não é
porque não estão em Israel que não são judeus.”
“Mesmo usando roupa ou celular
continuam sendo índios. Estão evoluindo. [...]Eles ressignificam as coisas para
a cultura deles, a cultura muda como a nossa. Cada um tem suas
particularidades.”
As falas acima se chocam
frontalmente com o discurso de Darcy Ribeiro acerca da aculturação. Dentro do
assunto de história indígena, seguiram muito do que João Pacheco Oliveira
propõe sobre um processo não de pura submissão, mas de desenvolvimento conjunto
e aprendizado mutuo entre brancos e índios:
“[Quanto ao processo de catequização] apaga um pouco
da cultura deles, mas é uma troca: os índios pegavam um pouco dos europeus e os
europeus, um pouco dos índios.”
“Eu coloco, em grau de
complexidade, tanto europeus quanto índios no mesmo patamar. Os índios
desenvolveram leis, hierarquias, línguas, lutavam em guerras. Coisas que, mesmo
diferente dos europeus, tem um grau de complexidade igual.”
Problematizaram até mesmo
a questão da existência (ou não) de “mata virgem”, alvo de pesquisa de Diogo
Cabral, no texto “O ‘mato’”. Em síntese, como se pode chamar de “mata
virgem” algo que vem sendo cultivado e selecionado a milhares de anos? Essa
suposta “virgindade” da mata está muito mais ligada a um pensamento europeu de
que a civilização se afirmava pelo domínio sobre a natureza que a qualquer
aspecto biológico, de natureza rural. A floresta de pé era sinônimo de baixo
desenvolvimento, uma interpretação por demais preconceituosa, todavia, muito
ligada a uma cosmologia europeia fortalecida com a descoberta do “Novo Mundo” e
reforçada com as revoluções industriais. Os comentários seguiram a linha de
pensamento desse autor e os alunos saíram em defesa da Amazônia, posto que a
entrevista foi realizada no período em que os incêndios na floresta pululavam
na mídia convencional:
“Se [mata virgem] significar que
nunca foi tocado então não. Os índios plantavam, cuidavam, conheciam pra viver.
Como a Amazônia, tem muita coisa que os índios cultivaram, que são benéficas,
que a gente só desmata e nem conhece.”
“Tem a questão de
inferioridade também, não é? Relacionada com construir coisas, ter dinheiro,
lucro, alterar o meio ambiente, derrubar a floresta. Eles tratavam os índios
como inferiores porque eles viviam de modo selvagem, na floresta [...]as vezes
parecem atrasados porque a gente uniformizou o mundo, o capitalismo uniformizou
o mundo, e a vida dos índios não era voltada para isso de gerar capital.”
O sertanejo, ao contrário
do que era esperado, é muito pouco conhecido. Não houve referência a qualquer
aprendizado com os povos originais. O pouco que foi debatido circundou a imagem
euclidiana de miséria camponesa:
“Quando se fala de sertão eu penso
no nordeste. [...]O Euclides da Cunha escreve sobre, não é? Do povo pobre,
magro, faminto.”
A parte final da conversa
se voltou para a discussão de preconceito e políticas públicas contemporâneas,
como a demarcação de terras, fazendo críticas ao atual presidente (Jair Messias
Bolsonaro):
“As pessoas são muito
preconceituosas. Tipo demarcação de terras, é um problema, gera conflito. [...]
Olha esse presidente que está aí agora: quer explorar o que não é dele e tirar
o pouco que os índios tem. É preconceito, falta de valorização.”
A falta de reconhecimento
da matriz cultural indígena brasileira se mostrou um sério problema para os
entrevistados, o que fica claro em falas como:
“Até as línguas, tem muitas línguas
de matriz indígena no Brasil e a gente não conhece, não é reconhecido por lei.”
Nos primeiros minutos de
conversa os entrevistados demonstravam certo desconforto, o que fazia com que
as intervenções do entrevistador fossem mais frequentes. O desconforto não
durou muito, com exceção à uma participante que se retirou. Os demais
participantes, principalmente com a imagem indígena sendo debatida, expuseram
diferentes pontos de vista, todavia a premissa de que existiria um apagamento
da imagem dos povos originais pela figura do sertanejo estava completamente
equivocada. A imagem do sertanejo que os participantes apontaram foi para o
lado negativo da imagem euclidiana: “povo pobre, magro e faminto”, sem conexão
direta com os índios.
Já quanto a imagem do
índio, os participantes contestaram o estereotipo da nudez e da selvageria no
momento em que foi apresentado. Flertaram indiretamente com a “fricção
interétnica” de João Pacheco de Oliveira, observando a realidade indígena não
como uma totalidade fechada, mas como uma relação complexa entre os grupos
indígenas e a sua integração com a sociedade brasileira. Um contraponto a
aculturação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ponto de partida da
pesquisa se mostrou errado, o que não é algo negativo. Muito pelo contrário,
prova que há em parte da juventude um interesse e algum domínio dos assuntos de
debate recente na academia. Ainda existem pontos que precisam ser trabalhados,
como a imagem do sertanejo para além da miséria, porem a explanação de assuntos
tão atuais demonstra não só um interesse genuíno, mas também que o “desenvolvimento
da autonomia intelectual e do pensamento crítico”, objetivado pela LDB 9394/96,
vem sendo alcançado e representa uma fagulha de esperança em uma sociedade
flagelada pelo obscurantismo e pelo preconceito.
REFERÊNCIAS
ABREU,
Martha & MATTOS, Hebe. Em torno das “Diretrizes curriculares nacionais para
a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura
afro-brasileira e africana”: uma conversa com historiadores. Estudos
Históricos, Rio de Janeiro, vol. 21, nº 41, janeiro-junho/2008, p. 5-20.
AUDRIM,
Frei José M.. Os Sertanejos que eu conheci. Coleção Documentos Brasileiros. Rio
de Janeiro: José Olympio Editora, 1963.
CABRAL,
Diogo de Carvalho. O “mato”: a mestiçagem e a construção da alteridade
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colonial. Rio de Janeiro: Garamond, 2014, p. 61-103.
DALTRO,
Leolinda. Da catequese dos índios no Brasil. 1920.
LEI
Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.
MATTOS,
Izabel Missagia de. O indigenismo na transição para a república: fundamentos do
SPILTN. In: Memória do SPI: textos, imagens e documentos sobre o Serviço de
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OLIVEIRA,
João Pacheco de. Os indígenas na fundação da colônia: uma abordagem crítica.
IN.: FRAGOSO, João & GOUVÊA, Maria de Fátima (orgs.). O Brasil colonial.
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RIBEIRO,
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VARNHAGEN,
Francisco Adolfo de; LISBOA, João Francisco. Os Indios bravos e o Sr. Lisboa,
Timon 3º. pelo autor da "Historia Geral do Brazil" (F. A. de V.) Em
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<http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_obrasraras/or1466183/or1466183.pdf>.
Acesso em: 12 out. 2019.
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