sábado, 1 de fevereiro de 2020

#009 Chico explica: legalização das drogas


Chico explica: legalização das drogas
Devemos legalizar as drogas? Eu acredito que sim. O narcotráfico é hoje o segundo maior problema do país, atrás apenas das milícias, pois essas contam com um braço dentro das instituições. Mas ainda sim, é o tráfico de drogas que lotam os presídios brasileiros, sendo que o consumo de entorpecentes já é corriqueiro em muitos lugares do país. Hoje a criminalização funciona pura e simplesmente como mais uma forma de segregação social enviando pobres, em sua maioria negros, pra os presídios retirando boa parte da sua juventude. Sendo assim, legalizar é uma questão social de tentar diminuir o "medo de pobre" que boa parte da população cultiva.
Mas como fazer a legalização sem tornar o traficante de hoje um super empresário? Nos moldes australianos, com o estado tendo o monopólio da venda. O processo deve ser iniciado pelo estabelecimento de uma quantidade que diferencie consumidores e vendedores e o estado atua no combate as vendas paralelas.
Ainda serão necessárias campanhas contra o consumo de drogas, como existem as campanhas contra o cigarro e o álcool (que também são drogas já legalizadas), todavia essas campanhas não podem partir do pressuposto que usar algum entorpecente é em si um ato ruim, porque não é. A pessoa consome exatamente porque é bom, o problema são as consequências, pois, assim como o cigarro e a bebida, os efeitos para os consumidores são devastadores, podendo atingir inclusive familiares.
Legalizando, podemos tratar o consumo como um problema de saúde pública e resolvemos parte da superlotação dos presídios. Por fim, garante-se aos mais afetados pelo narcotráfico um pouco mais de dignidade e cidadania, pois muitos dos que entram para o mercado ilegal não tem outra opção.

#008 Chico explica: abstinência sexual como política pública


Chico explica: abstinência sexual como política pública
Início de fevereiro, as grandes capitais se preparando para o carnaval e a política de prevenção a DST's e gravidez na adolescência preconizada pelo governo é a de abstinência sexual. Funciona? Não. Existem poucos casos de sucesso de uma política de abstinência mesmo associada a outros elementos como a fidelidade, é o caso de Uganda. Porem pra um país tão grande quanto o nosso uma 'formula mágica' dessas não funcionaria pelo simples fato de que sexo é bom e desperta a curiosidade.
De acordo com os estudiosos do governo, as músicas de hoje deixam de lado a parte ruim do sexo. É uma afirmação risível porque duvido que um 'funk da sífilis' ou um 'sertanejo da gonorreia' faria sucesso. Campanhas que tratem o sexo como algo ruim que deve ser evitado vão falhar gravemente. Uma política pública eficaz pra essa área tem que envolver mais de um ministério, abrindo o debate paras as escolas e atuando também com os pais desses jovens que provavelmente não tiveram educação sexual e não se sentem confortáveis em abordar esse assunto com os filhos.
Políticas com um viés religioso fortíssimo como essa da abstinência, que visa demonizar o ato sexual, não vai ser eficaz e ignora os abusos que muitos jovens, principalmente meninas, sofrem dentro do próprio lar. Não falar sobre sexo ou simplesmente negar o ato não fazem com que problemas de hoje deixem de existir.
A solução passa necessariamente pela sala de aula e pela atuação de profissionais junto a família, mas para tal feito é necessário superar uma serie de tabus do que se pode ou não falar quanto a sexo e sexualidade.


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